Cartas para mim

Ontem, em uma entrevista, ouvi a Martha Medeiros dizendo que sempre escreveu para si mesma.

Eu também!

Sempre tive diário, sempre procurei uma folha e uma caneta nas horas mais felizes, nas mais desesperadoras e nas inspiradoras.

E como é bom ter a vida registrada assim!

Não tem nada demais registrado naquelas páginas.

Nada que nenhuma meninas não tenha vivido, mas eu adoro pegar os diários velhos e rir com as paixões avassaladoras e passageiras que eu pensava serem eternos amores, e que hoje talvez eu nem reconheça; me emocionar com as dores sentidas pelas várias vezes em que tive que colar os caquinhos do coração; sentir de novo o frio na barriga dos primeiros encontros, do nascer de grandes amores (ainda que eles durassem apenas algumas páginas).

É realmente muito bom !...

...Só quis registrar!

Babbo

Eu queria tanto que as coisas tivessem sido diferentes

Queria tanto que a gente pudesse resolver os problemas apenas conversado

Queria tanto que você me ligasse quando tivesse um problema

E que a minha opinião importasse

Queria tanto que a sua opinião importasse para mim

Queria tanto que a gente tivesse uma relação normal

Às vezes parece que muita coisa seria mais fácil se você estivesse aqui

Mas no momento seguinte eu lembro de tudo o que voce é

E me lembro do quanto eu repudio tudo isso

E penso que a melhor coisa que você pode fazer é mesmo ficar longe

Longe o suficiente para que eu nem lembre de você

Para que eu não sofra

Na verdade eu queria que você fosse diferente

Para que eu pudesse realmente contar com você

E para que eu soubesse o que fazer caso você esteja realmente indo embora

Mas eu não sei

Não sei o que sentir

Não saberia o que dizer

Não é fácil!

Nunca foi, sabia?

Não, né?

Acho que nunca vai saber...