Santa Ignorância

"Quanto mais se sabe, melhor se vive"
Será?
Ouvi esta frase de um professor, que falava sobre raciocínio lógico, e raciocinando logicamente, acho que ele não está tão certo assim.
Mais sábia é a frase de Sócrates "só sei que nada sei" . Mas também ele, peca ao dizer que "Existe apenas um bem, o conhecimento, e um mal, a ignorância"
Às vezes eu acho que a ignorância pode ser um bem precioso, enquanto o conhecimento, uma armadilha traiçoeira.
Com toda essa coisa de internet, tv a cabo e smartphones, a impressão que eu tenho é de que NUNCA vou dar conta de saber, ler, ouvir tudo o que aconteceu no dia.
Todos os dias eu vou dormir com a sensação de que não fiz tudo o que deveria ter feito.
'Não li nada do New York Times hj!' 
'Caramba, a Veja desta semana já chegou e eu nem terminei a da semana passada!'
E ainda tem a Época, O Globo, Caros Amigos, Piauí e a Boa Forma - porque afinal de contas, além de entendida, a gente ainda tem que ser sarada!
Ahhhh e a novela das 8! Caso contrário não participo do papo na praia ou na academia.
Será mesmo que quanto mais se sabe, melhor se vive?
Será que eu vivo melhor, com toda essa ansiedade e avidez por saber do que o cara que está lááááá numa praia deserta de Alagoas, pescando, curtindo o sol, vivendo a vida sem pressa e alheio a tudo o que se passa na Síria, em Londres e em Brasília?
Acho que não!

Para ser sempre (bem) amada

Ontem fui ao cinema
Filminho francês.
Bem francês! Cenas em close, de ângulos incomuns, fotografia ótima e longo, muiiiiitooooo longo!
"Le bien-aimés" é um filme sobre relacionamentos como eles são (ou podem se tornar) na  a vida real - longos e chatos!
Até os 90 min o filme ia bem, mas daí em diante o diretor perdeu a mão - exatamente como a gente costuma fazer na vida real.
Quantas vezes não fazemos a mesmíssima coisa?
Por vaidade, ou por querer ver mais um pouquinho daquilo que a gente quis tanto, a gente exagera, passa do ponto, faz a coisa desandar?
Quantas vezes a história não ia bem até os 45 do segundo tempo e aí, pronto! Quando a gente podia matar o protagonista e simplesmente seguir em frente, sair do cinema, tomar um chopp e ir  dormir a gente não vai discutir o roteiro (coincidentemente DR), querer mudar  e prolongar a vida útil das personagens  e acaba levando tudo o que poderia ser ótimo (ou pelo menos razoável) para o abismo?
Estragando tudo e deixando um gosto amargo, uma sensação estranha e uma ideia feia de nós mesmos?
Quantas vezes não deveríamos ter deixado a história acabar quando ela agonizou, protegendo assim tudo de bom que ela tinha nos dado até ali?


A história do filme agonizou duas vezes.
O diretor teve duas chances de fazer um filme, digamos, interessante.
Mas preferiu imitar demais a vida real e caiu na esparrela de se alongar, de querer mais um bocadinho do que já acabou. De raspar o tacho, esgotar as possibilidades e matar a chance de ter outra oportunidade!


Tomara que eu me lembre de como o filme se tornou chato e não cometa  mesmo erro quando alguma história agonizar na minha frente, implorando para ser terminada com dignidade e lembrada com um sorriso de saudade.

Breu

Desde hoje de manhã eu queria escrever.
Abri o blog várias vezes e a inspiração não vinha.
Mexendo em papéis, procurando outros papéis, achei este , escrito em Brasilia, dia 9/9/2010 , nem lembro pra quem ou porque, mas que agora, tá fazendo muito sentido!


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Por que você não me escuta se eu estou gritando?
Por que você finge que não entende o que eu falo?
Por que eu não entendendo o que você quer exatamente se falamos a mesma língua?


É como se eu gritasse no vácuo
Como se fizesse mímica no breu
Eu não consigo me fazer entender
Estou correndo, correndo e não saio do lugar
Será que a saída é do outro lado?
Será que é não por aqui?
Estou ficando rouca e com medo do escuro
Por favor, acenda a luz!