À 1ª Vista - O cara do Ingresso

Muitos anos depois do episódio do carinha do elevador foi a vez de Gabi se apaixonar do nada por um completo desconhecido.
Aconteceu no auge do verão quando, toda semana acontecia uma festa diferente em um dos cartões postais mais badalados da cidade maravilhosa.
Gabi tinha comprado ingresso para quase todos os sábados mas descobriu numa quinta-feira chuvosa que naquele fim de semana teria que viajar a trabalho. Perderia a festa.
Como todos os amigos já tinham comprado seus respectivos convites, resolveu anunciar o ingresso num site vinculado a uma rede social. No fim das contas até teria algum lucro com a venda.
No dia seguinte, um número desconhecido apareceu no visor do celular e numa voz masculina do outro lado da linha perguntava sobre o anúncio feito por ela.
- Ainda tenho sim! - Respondeu
- E como eu faço para pegar com você? Onde você está?
- Copacabana e você?
-Tijuca. Podemos nos encontrar o metrô da Siqueira às 6 da tarde, então?
- Pode ser! Combinado!

Tudo acertado, desligaram e Gabi ficou com uma sensação esquisita. Uma espécie de frisson. Tinha gostado do tom daquela voz e ficou imaginando como seria o tal Rogério...

-Ô carência ! - pensou alto

Às vinte para as seis, Gabriela saiu do escritório e foi andando em direção ao metrô. No caminho tentava ligar para Rogério e combinar em qual saída se encontrariam.
 - Desligado! droga!

Atravessando a rua, avistou um rapaz com olhar perdido e celular na mão.
-Nossa! bem que podia ser esse aí ! Falou sua mente tagarela
Seus olhares se cruzaram e ela esboçou um sorriso  ( Gabi sempre fazia isso quando cruzava o olhar com qualquer pessoa - acreditava que um sorriso podia alegrar o dia até do mais mal-humorado dos aposentados de Copa) e parou na banca de jornal para comprar um chiclete enquanto eserava o moçoilo aparecer ou ligar  a porcaria do celular.

Tentou mais uma vez :
"sua chamada está sendo encaminhada para..."
-Saco!  - Quanto é o trident, moço? - perguntou enquanto olhava em volta e percebia que o bonitão com o celular na mão ainda estava ali e agora caminhava na sua direção.
Ele era alto, usava uma camisa social meio cinza, calça jeans e uns óculos que o deixavam parecidos com Clark Kent.
- Você é a Gabriela?
-Sou! Rogério?
-Ahã!
-Aqui moço - falou pagando o chiclete - estava tentando te ligar para combinar a saída certa...
 Risinhos, um olhar mais demorado e pronto! ela estava encantada!
Ele estendeu a mão com os 100 reais combinados e então a consciência tagarela dela a acordou :
-Hello Darling! isso não é um encontro! Entrega o convite prá ele!

-Ahh claro! O ingresso! Toma.
-Você desistiu? - ele perguntou meio desinterassadp, só mesmo para não ir embora sem falar nada
- Vou ter que viajar...a trabalho.
-Ahhh! que pena! Vai perder um showzaço!
- É! eu sei!  - Gabi respondeu com um sorriso amarelo já completamente boba com aquele homem.  - Bom...boa festa! Tchau!
- Obrigado! Tchau!

Gabi virou as costas e entrou no taxi pensando e como ele era lindo!

" O cara para quem eu vendi o ingresso é tão gato que acho que não vou viajar nada e comprar a festa de novo" - escreveu numa mensagem para um amigo

Viajou! Não tinha escolha. Mas pensou nele o fim de semana todo e, no domingo à tarde, sabendo da chuva torrencial que tinha caído no Rio na noite anterior, ela resolveu que, como o cara do elevador tinha feito anos antes, ela seria atrevida e mandaria uma mensagem perguntando se a festa tinha sido boa.
 - Ahhh ! Não tem nada demais! - pensou enquanto escrevia  :
 "E aí, valeu a pena ter comprado o ingresso? Soube que choveu muito no Rio ontem "  - ENVIAR, clicou.
A resposta veio em menos de 1 minuto . Antes de ler, Gabi sorriu confiante para a imagem refletida no enorme espelho do quarto do hotel
- Não estou tão maluca assim! Se ele não tivesse gostado não teria respondido tão rápido!

" Putz! choveu muito. Mas foi bom mesmo assim"

- E agora? bom.. vamos lá! go hard or go home! :
" que bom! Fiquei com remorso de talvez ter estragado a sua noite! Estava quase com pena de você e te comenpensando... (não! compensando soa muito "metido" - apaga o compensando) ...
...e te chamando para um chopp para compensar! (melhor assim!). Mas como a noite foi boa, só me resta lamentar por não ter ido ... ;-)"  - Enviar - click

1 minuto...

5 minutos...

30 minutos...
nada!

 Desliga o celular e liga de novo...

...nada!

" visto por último às 14:32"

- Mandei às 13:58h.
Ele viu. Não respondeu porque não quis.

- Fui atirada demais, será?

Gabi nunca vai saber!
Nem eu! Nem vocês...
Só o Rogério sabe porque não respondeu.
Talvez tivesse namorada. Talvez fosse gay. Ou talvez simplesmente não tivesse gostado dela. Acontece!

Acontece que ela arriscou. E foi dormir feliz.
 - Você nuca saberia se não tivesse tentado - consolou a matraca da consciência.

Paixão à primeira vista e breu...
Nem teve 2ª...
Acontece! 

Amor à 1ª vista - O CARA DO ELEVADOR

Naquele dia Gabriela saiu de casa tão desgostosa da vida que nem um peão de obra mexeria com ela.

Além de triste pelo término do namoro de cinco anos no dia anterior, estava mal vestida, sem maquiagem...usava umasaia jeans que deixava sua bunda amassada, uma camiseta básica e um tênis keds sem meias

Tinha ido à prefeitura pegar uns papéis necessários para pedir uma licença (nesta época ela era professora e tudo estava tão ruim que ela só queria sumir do mapa!)

- Vá até o décimo primeiro andar, pegue tal e tal assinaturas e depois volte aqui – disse a moça sem muita paciência.

Gabi subiu, esperou muito, pegou a tal assinatura e voltou ao andar da moça impaciente que a entregou um documento impresso como página da web e disse que ela teria que voltar em alguns dias úteis para pegar o resto da documentação.

Estava tão chateada com o tempo perdido para ainda "ter que voltar dali a alguns dias" que quando, ja no elevador, viu um funcionário, começou a reclamar:

-Volte daqui a uma semana! aff! É ainda me fazem eserar horas para pegar um papel que eu poderia ter tirado pela internet!

- Deixe-me ver. - Disse o pobre cara de crachá que foi pego para Cristo – Mas é por causa da assinatura...

Ela fez um muxoxo, o elevador chegou ao térreo e papo acabou aí e foi pra casa sem pensar mais no assunto.

Algumas horas depois no bina de casa aparece um número desconhecido. Do outro lado da linha uma voz grossa perguntava pela senhorita Gabriela

- Sou eu mesma, quem é?

- Você não me conhece...quer dizer, na verdade nos conhecemos hoje no elevador...

- Hã? Sussurou incrédula

O cara com o crachá no elevador, que a ouviu reclamar, tinha achado Gabi a moça mais linda da face da terra, mesmo com cara de choro e nada bem vestida; quebrou o protocolo, voltou até o andar da moça impaciente, perguntou a ela quem era a mocinha irritada que pedira aquele papel, entrou no sistema da prefeitura, pegou o telefone dela e ligou!

Incrível!

Amor à primeira vista no melhor estilo Hollywood!

Gustavo (essse era o nome escrito no crachá) fez mil elogios, disse que nunca tinha feito isso, mas que não conteve o impulso, resolveu telefonar. Arriscar...

Depois de um papo curto e alguma resistência (e incredulidade da Gabi) ele perguntou se podia ligar outras vezes, quem sabe jantar no fim de semana...

- Você arriscou e vou arriscar também! Pode sim! - respondeu pensando "vamos ver no que isso dá!" 

Quando desligou ela se deu conta que eu não tinha anotado o telefone dele. Restava esperar ansiosa pelo próximo telefonema que veio dois dias depois e caiu na secretária eletrônica:

-Oi, é o cara do elevador. Te pego às 7 para o jantar, tá? Espero que seu endereço esteja atualizado no sistema da prefeitura. (risadinhas) um beijo.

Gabriela sentiu uma mistura de medo e felicidade quando ouviu. O cara podia ser um louco, mas tamém podia ser o destino fazendo a parte dele.

Seu mundo que estava triste e sem nenhuma graça se encheu de cor!

Começaram a sair e um dia ele a pediu em namoro como um adolescente, oficialmente, segurando na mão e perguntando "você quer ser minha namorada?"

Namoraram pouco mais de 1 mês.

Na verdade ela não estava preparada para viver tudo aquilo tão rápido e ele queria mesmo era a garota em preto e branco que viu no elevador e não a Gabriela colorida que ela voltou a ser quando se refez do término do namoro de 5 anos!

Amor à 1ª vista, desilusão à 2ª .

Às vezes (muitas vezes) é assim que acontece quando não se está nos estúdios da Universal, mesmo assim, a história com o cara do elevador foi a mais romântica que Gabi viveu.

Valeu a pena!

À primeira vista - Introdução

"A gente se apaixona pela idéia que cria do outro, por isso muitas vezes se decepciona"
Ouvi esta frase ontem e isso ficou na minha cabeça
Não é que na maioria das vezes isso é verdade?!
A gente conhece alguém , ou mal conhece, e logo começamos a idealizar a pessoa, o romance que teremos, que queremos ter, e aí com o tempo passamos a achar que o fulaninho mudou, não é a mais o mesmo...
Mentira! ele/ela sempre foram assim! A gente é que os imaginava diferente e aí nos decepcionamos - sozinhos!
E quantas vezes não somos nós o idealizados?
Quantas vezes não fomos acusados de termos "mudado" quando na verdade, só continuamos a ser quem sempre fomos?
 Talvez seja por isso que amores e paixões à primeira vista, normalmente não vingam. Porque à primera vista a gente imagina o que quiser e só depois enxergamos quem a pessoa realmente é.
Isso acontece com todo mundo e com todo tipo de relação, o tempo todo!
Quantas vezes você não achou que ia ser amigo daquela pessoa para sempre e depois descobriu que na verdade ela era uma chata? Ou o contrário - achou aquele serzinho detestável à primeira vista e depois ficaram super amigos?

Eu ja me apaixonei à primeira vista (e me desencantei à segunda) algumas vezes e, cada vez mais estou me convencendo que a gente nunca conhece o outro o suficiente.
Que bom!  A surpresa é sempre um elemento excitante. Só nos resta torcer para que ela sempre seja boa!

(toda essa história foi p introduzir os "causos" que vou escrever nos próximos posts! - aguardem!!!)

A síndrome da musiquinha do Fantástico

Dia desses choveu!
Era domingo. Dia de namorar, cineminha e chovendo ainda?!... dia dos casais!
Um amigo até chegou a publicar no facebook  que "os casais agradeciam o domingo chuvoso" e isso me fez pensar "ei! porque só os casais podem gostar de um domingo assim?"
Nananina!
Eu, solteira e feliz, como nunca estive nesta posição, adorei o domingo chuvoso!
Li a tarde inteira, abri um vinho delicioso e desfrutei da minha companhia o dia todo sem a culpa de estar perdendo o dia, a praia, o chop...
Descansando da night divertidíssima com os amigos do dia anterior.
Ontem, domingo, Xico Sá escreveu uma crônica sobre a solidão que aplaca o domingo e nela o comentário de outro blogueiro, com outra crônica sobre a depressão domingueira.
Continuo não concordando!
Não sofro da síndrome da musiquinha do fantástico.
Domingo pra mim é dia de ir à praia, de passear com os amigos! No domingo, a maioria das pessoas está de folga e sua opção de companhia é imensa (tomara que seja!).
A solidão, ou melhor, a saudade do casamento, me maltrata mesmo é nas quartas de futebol sem ter com quem dividir a long neck em casa.
Me pega nos dias de semana em que eu nem coloco a mesa do café da manhã  - só pra mim? ahhhh sem graça!
No domingo não!
No domingo as ruas estão cheias! Há vida em qualquer bar.
Mas e na terça-feira em que você tem que acender as luzes quando chega tarde do trabalho porque não tem  ninguém te esperando com um "como foi o seu dia?"
Isso sim é ruim!
Mas também não é fim do mundo!  Viva a tv a cabo!!!

Fruta madura

E aí então de repente tudo (ou quase tudo) começa a fazer algum sentido.
Alguma coisa...uma foto, uma informação entreouvida, um encontro casual, faz você entender tudo!
A vida é assim! Mais cedo ou mais tarde o universo conclui o que estava conspirando e a gente acaba enxergando o que estava enevoado, confuso, sem explicação ou o que a gente não queria acreditar mesmo.
É quando a gente se dá conta que tem que deixar a ansiedade de lado e esperar, deixar pra lá. Porque o tempo do Universo, de Deus, Buda, Alah, do duende verde ou seja lá o que for que você acredita reger o seu destino, definitivamente não é mesmo tempo que temos aqui, com hora para trabalhar, malhar comer...
Os minutos deles não tem 60 segundos como os nossos e o que pra gente é um tempão, para eles é só um momentinho.
O que importa é que mais dia, menos dia, normalmente quando já nem pensamos mais naquele problema, naquela traição ou no porquê daquele sumiço, a "explicação" cai no seu colo, como uma fruta madura cai do pé e muitas vezes acaba fazendo uma sujeirada danada!
Às vezes  te machuca, às vezes te alivia a fome, mas sempre ensina que a  paciência é a melhor virtude a ser cultivada.
Tenhamos paciência para esperar a fruta cair e quem sabe se deliciar com ela!