Novelinha- insonia, LADO B

Um amigo encarnou Maurício e me mandou a versão dele do acontecido naquela noite.
Voilà!
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Havia chegado em casa não fazia 5 minutos. Tempo suficiente para deixar todas as roupas no chão, colocar um pijama e escovar os dentes. Estava com a cabeça cheia de álcool e novas ideias. Saiu para beber com os amigos e, dessa vez, ao invés de conversarem sobre futebol e mulheres, falaram de futuro e contas a pagar.  Não conseguia dormir, sua cabeça fervilhava de pensamentos que, até então, não eram típicos de sua madrugada. Esperando o sono chegar, resolveu checar as redes sociais buscando esquecê-los.
Para sua surpresa encontrou Joana online. Logo ela que sempre povoou seu imaginário, tanto pela bela lição que lhe dera há mais de uma década atrás, quanto pela fantasia que nutria de reencontrá-la ao acaso, o que nunca aconteceu. Pelo menos até 3 semanas atrás. 
O encontro resumiu-se a uma troca de “ois-quanto tempo” no calçadão da praia. Joana indiscutivelmente estava no auge de sua forma, transbordava sensualidade. Maurício, tímido e sem jeito até dizer chega, sentiu vontade de convidá-la para algo mais, um chopp, ou até mesmo um café. As palavras chegaram até sua garganta, quando despareceram, sem deixar vestígio. O encontro demorou a sair de sua cabeça.
Joana era uma lembrança de um tempo quando tudo era mais simples; uma lembrança que Maurício se agarrou e romantizou, como sempre faz, por 10 anos. Naquele tempo, o futuro era muito distante e as únicas contas que tinha para pagar eram as da cerveja e motel. A lembrança de Joanna fazia a responsabilidade dos recém-completados 30 anos sumir por alguns instantes.
-Insônia? Perguntou Maurício, quando na verdade queria ter perguntado se Joana se recordava dele como ele dela, já certo de que a resposta o decepcionaria.
-Aham, respondeu Joana para o delírio de Maurício, que, nesse momento, nunca esteve mais desperto. Seu coração acelerara.
Nos minutos que se sucederam, foi sincero como não podia ser. Falou tudo que guardou durante esse tempo. O álcool, agora, já não era mais o que corria em suas veias, que haviam sido consumidas por hormônios da luxuria.
Joana, demorou um pouco, mas se soltou. O papo esquentou, culminando em um quase encontro, já às seis da manhã. Maurício, tomado pela hiper-racionalidade que lhe aflige, simulou todos os possíveis finais desse encontro. Em todos, só havia um possível final.
Maurício não quis arriscar perder a lembrança de Joana que o acompanhou durante todo esse tempo e que agora servia de alento. O encontro ficou para o dia seguinte, que, provavelmente, não chegará mais.

Novelinha - episódio de hoje : INSÔNIA.

3 da manhã, ela perde o sono e pega o celular.
Perto dali, também as  3 da manhã,  ele chega em casa e vê que ela também esta online.
-insonia? Ele pergunta digitando rapido como quem ja se arrependeu de ter iniciado uma conversa.
-ahã. Ela respondeu surpresa.
Fazia muito tempo que nao conversavam.  Tinham se visto na praia há algumas semanas mas nada além de "Oi".
Joana e Maurício nunca tiveram nada além de um namorico há muitos anos.
Namorico mesmo. Quase infantil não fosse pela amostra grátis de bom sexo que ela tinha dado a ele.
Joana era bem mais velha que Maurício, que na época mal tinha saído do 2° grau e parecia encantado com a idéia de sair com a amiga da irmã mais velha.
Ela por sua vez estava feliz de despertar alguma coisa num "molecote" - sinal de que os 30, apesar de estarem batendo à porta, ainda não pesavam.
Pois bem, naquela madrugada Maurício arriscou puxar assunto e ela correspondeu.
Estava sozinha e agora que os 30 pesavam, por um momento se animou com o flerte.
"Desde aquele dia que te vi na praia tenho pensado em você"
"Eu também"  - e Joana não estava mentindo. Tinha mesmo ficado pensando em como ele estava bonito e que não era mais um menino.
"Prá mim você sempre teve um 'Q' de musa, qualquer coisa de  inalcançável"
Ela ia se derretendo com aquelas "declarações" conduzidas pelo teor alcoólico no sangue de Mauricio e ele, tímido que sempre foi, nem acreditava no que escrevia.
Estava dando uma de Don Juan certamente. 
É claro que no fundo Joana sabia disso. 
"Imagina se depois de tanto tempo ele ainda me acha musa!" Dizia para si mesma.
A conversa internetica descambou para uma troca de confissões íntimas e finalmente ela disse:
-Tá sozinho? Tô indo pra sua casa agora! -Estou mas...espera aí...
- Você já esperou muito!  Em 15 minutos estou aí. -  disse ela num rompante de decisão sem pensar muito nas consequências-como normalmente fazia.
Mauricio era o ponderado da vez:
- Nao. Espera! Já está tarde.  Vamos deixar pra amanhã.
-...
Silêncio. Foi o ela fez e foi o que fizeram no dia seguinte.
E no outro, e no outro também.

Maurício não soube aproveitar o momento certo de trocar a amostra grátis pela versão Big size do produto e agora, como Joana é daquelas mulheres que mudam rápido de idéia,  talvez o prazo tenha expirado.

Ano novo de novo!

Fazer aniverário é bom demais!
É neste dia que você sente a energia boa de quem gosta de você emanando.
É neste dia que todos que lhe querem bem pensam em você e te mandam um montão de pensamentos felizes, desejos de sorte, saúde, amor...
E mesmo que muitos só lembrem do seu dia  porque o facebook deu uma forcinha, ainda assim a energia recebida é bem-vinda, valiosa e enche a gente de alegria.
Quando os queridos aparecem para brindar com você mais um verão, então...Ô coisa boa!
Eu adoro aniversário!
Sinto como meu ano novo mesmo! Me sinto renovada mesmo ficando mais velha !

E hoje, MEU dia, acabei dando um conselho para uma amiga que está prestes a completar 30 e em crise, lembrando da frase de um outro querido que me disse "mais velho a gente fica a cada dia. Aniversário é o SEU dia!".
Disse a ela para não se preocupar porque os 30 são ótimos! Especialmente para as mulheres.
Acho que já escrevi isso aqui, mas não me canso de repetir para quem está na crise de ser balzaquiana - com 30 você não é velha demais para os de 20 nem novinha demais para os cinquentões - isso nos dá muito mais opções! ;)
Com 30 não somos mais aquelas chatas inseguras e ciumentas que implicam com tudo.
Estamos muito mais gostosas e intressantes, pois já aprendemos o que é bom e o que nos faz bem.
Temos marcas de expressão (rugas ainda não!), mas elas só expressam o quanto rimos e o quanto aprendemos com as lágrimas.
Com 30 anos, é bem provável que já tenhamos amigos há mais de 15 e isso não tem preço! Gente que sabe o que você está pensando só de ouvir o seu "alô" do outro lado da linha.
Com 30 anos os irmãos já são os seus melhores amigos e vocês não vivem mais brigando porque uma pegou aquele vestido lindo da outra (não teho irmãs mas vejo isso acontecer com as minhas amigas!)
Dizem que com 40 melhora ainda mais e de fato eu estou ficando cada vez mais feliz - apesar de faltar um bom caminho até a quarta década! - deve ser verdade!
Não posso dizer que estou ansiosa pra chegar lá, mas tenho certeza que quando chegar terei boas histórias e mais algumas marcas deixadas pelos sorrisos que meus amigos me proporcionam em cada 4 de novembro!