Naquele dia Gabriela saiu de casa tão desgostosa da vida que nem um peão de obra mexeria com ela.
Além de triste pelo término do namoro de cinco anos no dia anterior, estava mal vestida, sem maquiagem...usava umasaia jeans que deixava sua bunda amassada, uma camiseta básica e um tênis keds sem meias
Tinha ido à prefeitura pegar uns papéis necessários para pedir uma licença (nesta época ela era professora e tudo estava tão ruim que ela só queria sumir do mapa!)
- Vá até o décimo primeiro andar, pegue tal e tal assinaturas e depois volte aqui – disse a moça sem muita paciência.
Gabi subiu, esperou muito, pegou a tal assinatura e voltou ao andar da moça impaciente que a entregou um documento impresso como página da web e disse que ela teria que voltar em alguns dias úteis para pegar o resto da documentação.
Estava tão chateada com o tempo perdido para ainda "ter que voltar dali a alguns dias" que quando, ja no elevador, viu um funcionário, começou a reclamar:
- Deixe-me ver. - Disse o pobre cara de crachá que foi pego para Cristo – Mas é por causa da assinatura...
Ela fez um muxoxo, o elevador chegou ao térreo e papo acabou aí e foi pra casa sem pensar mais no assunto.
Algumas horas depois no bina de casa aparece um número desconhecido. Do outro lado da linha uma voz grossa perguntava pela senhorita Gabriela
- Sou eu mesma, quem é?
- Você não me conhece...quer dizer, na verdade nos conhecemos hoje no elevador...
- Hã? Sussurou incrédula
O cara com o crachá no elevador, que a ouviu reclamar, tinha achado Gabi a moça mais linda da face da terra, mesmo com cara de choro e nada bem vestida; quebrou o protocolo, voltou até o andar da moça impaciente, perguntou a ela quem era a mocinha irritada que pedira aquele papel, entrou no sistema da prefeitura, pegou o telefone dela e ligou!
Incrível!
Amor à primeira vista no melhor estilo Hollywood!
Gustavo (essse era o nome escrito no crachá) fez mil elogios, disse que nunca tinha feito isso, mas que não conteve o impulso, resolveu telefonar. Arriscar...
Depois de um papo curto e alguma resistência (e incredulidade da Gabi) ele perguntou se podia ligar outras vezes, quem sabe jantar no fim de semana...
- Você arriscou e vou arriscar também! Pode sim! - respondeu pensando "vamos ver no que isso dá!"
Quando desligou ela se deu conta que eu não tinha anotado o telefone dele. Restava esperar ansiosa pelo próximo telefonema que veio dois dias depois e caiu na secretária eletrônica:
-Oi, é o cara do elevador. Te pego às 7 para o jantar, tá? Espero que seu endereço esteja atualizado no sistema da prefeitura. (risadinhas) um beijo.
Gabriela sentiu uma mistura de medo e felicidade quando ouviu. O cara podia ser um louco, mas tamém podia ser o destino fazendo a parte dele.
Seu mundo que estava triste e sem nenhuma graça se encheu de cor!
Começaram a sair e um dia ele a pediu em namoro como um adolescente, oficialmente, segurando na mão e perguntando "você quer ser minha namorada?"
Namoraram pouco mais de 1 mês.
Na verdade ela não estava preparada para viver tudo aquilo tão rápido e ele queria mesmo era a garota em preto e branco que viu no elevador e não a Gabriela colorida que ela voltou a ser quando se refez do término do namoro de 5 anos!
Amor à 1ª vista, desilusão à 2ª .
Às vezes (muitas vezes) é assim que acontece quando não se está nos estúdios da Universal, mesmo assim, a história com o cara do elevador foi a mais romântica que Gabi viveu.
Valeu a pena!
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