Paquerava toda e qualquer mulher só por paquerar . Investia, insistia e as fazia se sentir únicas entre tantas outras só pelo prazer de ter mais uma figurinha.
"No fundo eu amo cada uma delas - todas elas" - sempre afirmava para os amigos entre cervejas, belisquetes e piscadelas para a moça da mesa ao lado.
Talvez até amasse mesmo...vai saber?! O fato é que ele sabia fazer com que elas acreditassem e para isso lançava mão de um cavalheirismo impecável, único, puro!
Um cavalheirismo vintage, sem machismo, que as mulheres criadas na era do feminismo não estão acostumadas.
Um cavalheirismo que ia além de abrir a porta do carro, pagar a conta e colocá-las no canto da calçada. Que nem ele mesmo sabia explicar...um cavalheirismo autêntico, genuíno que deixava as mulherada suspirando e os amigos invejosos: "como ele consegue?"
Com sua mulher, Bianca, agia da mesma forma - flores, jantares, presentinhos sem motivo, elogios...o problema é que ela achava tudo isso um chato demais!
Sempre tinha se relacionado com canalhas, cafajestes da pior qualidade e acabou se casando com um banana apaixonado que fazia todas as suas vontades ( assim ela achava! ) e por isso vivia tendo casinhos, pulando a cerca...também era uma canalha!
Numa dessas tardes de diversão extra conjugal, Bianca viu Sérgio na fila do cinema de um Shopping vazio. Ele se desdobrava em galanteios para uma mocinha magrela de cabelos compridos. Dava pipoca na boca e beijava sua mão quando ela retribuía o gesto.
Bianca nada fez. Pediu a seu acompanhante que fosse lhe comprar um sorvete e ficou ali, sentada na praça de alimentação, observando a cena.
"Olha só, que FDP!" pensou, já com o coração acelerado e cheia de tesão por seu marido banana!
Naquele instante, se deu conta de que não havia errado : casara-se com um canalha! E, naquela noite ela o amou como nunca e desde então, todas as noites, com uma paixão avassaladora.
Foi amor à primeira vista (da traição)!
Vai entender!
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