quinta-feira, 2 de abril de 2015

Infinito Particular

Hoje é o dia mundial de conscientização do autismo.
A grande maioria das pessoas já ouviu falar disso, já viu na novela, mas muito poucas sabem bem o que é ou como lidar com ele.
É difícil! Bem difícil, posso afirmar.
Há 7 anos, quando o Gabriel nasceu, tínamos todas as expectativas que uma família deposita em seu novo bebe, ele era pré-maturo (muito) e, naquela época nosso maior desejo era que ele sobrevivesse.
Vencido este desafio demoramos para perceber que o próximo seria tão importante e difícil de ser vencido quanto o primeiro e tão bom quanto!
Ainda bem novinho percebemos que ele não interagia com a gente como esperávamos, quase nunca respondia as brincadeiras e desviava o olhar e até fechava os olhos quando o obrigavámos a nos encarar para levar uma bronca, por exemplo.
"Olha como este menino é genioso! Fecha os olhos para evitar a bronca", dizíamos.
Eu, que sempre fui muito adepta ao "olhe pra mim quando eu estiver falando com você!"ficava muito irritada com esta atitude.
Depois achávamos engraçadinho ele repetir frases dos desenhos ou de programas de TV.
Quando a fala começou a demorar achamos que era porque "menino demora mais pra falar mesmo", mas ele era bem esperto p idade dele, com menos de 2 anos sabia apontar qualquer número ou letra que a gente pedisse. Ainda não estávamos tão preocupados e achávamos que ele era um garoto tímido e por isso parecia não se entusiasmar com a cia de outras crianças.
Demoramos uns bons 4 anos para perceber que ele era autista. A mãe levou mais tempo. Me lembro de uma briga que tive com ela onde ela entrava nos cômodos e se trancava para não escutar o que eu queria falar "seu filho tem um problema e vc não está ajudando ele assim!"
Ela precisava ouvir! Eu precisava dizer isso assim, aos berros, para que ela escutasse já que as conversas não surtiam efeito e no fundo eram meio veladas, porque todos nós tínhamos medo de dizer isso em voz alta.
Ainda não pedi perdão a ela como deveria, por ter sido tão rude no meu desespero em ajudar o meu pequeno príncipe e a ela também, mas eu tenho absoluta certeza que ela sabe que era meu coração que gritava do outro lado da porta fechada "você vai me ouvir".
No seu mundo Gabriel sempre foi feliz. Nunca deixou de rir e brincar, mas hoje, sendo tratado como deve ( ou como a gente pode, com os recursos que temos disponíveis) tenho certeza que ele é ainda mais.
Com ele aprendemos todos os dias!
Aprendi que ele não vai gritar meu nome e correr p me abraçar quando eu chego mas que sabe quem sou eu e me ama a maneira dele.
Com ele estamos aprendendo que nem nós temos que nos adequar ao mundo dele e nem ele tem que se moldar ao nosso. Hoje sabemos respeitá-lo como indivíduo e vibramos com cada conquista dele.
Vibramos ao vê-lo menos ansioso, ao ouvi-lo cantar e conseguir ficar na sala de aula.
Aos poucos vamos descobrir as formas de interagir com ele e do que gosta mais ou menos de fazer.
É um desafio diário e não é fácil.
Por isso o dia de hoje  é tão importante! Saber mais sobre este transtorno significa poder ajudar mais e ajuda a extirpar preconceitos.
Esta é uma cartilha que pode ajudar .
Divulguem e, se puderem, só por hoje, vistam alguma  coisa azul!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

RAPADURA É DOCE MAS NÃO É MOLE NÃO !!!: FELIZ DIA DO AMOR!

RAPADURA É DOCE MAS NÃO É MOLE NÃO !!!: FELIZ DIA DO AMOR! : Hoje é dia de São Valentim, santo que celebrava casamentos numa época em que el...